terça-feira, 27 de julho de 2010

CIENTISTAS DESCOBREM QUATRO NOVAS ESPÉCIES DE POLVOS NA ANTÁRTIDA

Pesquisadores anunciaram a descoberta de quatro novas espécies de polvos na Antártida. Eles têm venenos que funcionam em temperaturas inferiores a zero.
Eles esperam analisar o veneno para ver se ele tem possíveis usos médicos, disse Bryan Fry, pesquisadora da Universidade de Melbourne.
A descoberta foi feita durante uma expedição de seis meses ao continente em 2007 e saiu na revista científica "Toxicon".

O polvo Adelieledone polymorpha, uma das novas espécies, em foto divulgada pelos pesquisadores.

O Megaleledone selebos, outro dos polvos descobertos.

Especialistas sabiam há tempos que havia polvos na Antártida, mas ficaram surpresos com a biodiversidade e com o fato de que a seleção natural fez mudar o funcionamento de seu veneno.
Os polvos abrem pequenos buracos em presas maiores e, através deles, injetam sua saliva tóxica.
As substâncias têm efeito em temperaturas inferiores a zero grau centígrado, numa prova de adaptação.
Agora, Fry disse que os cientistas estão animados com as perspectivas de que as substâncias podem ser usadas no desenvolvimento de novos remédios.
Remédios para hipertensão são feitos a partir de veneno de cobras, e certos remédios de diabetes são derivados da saliva de um lagarto encontrado nos EUA e no México.

Fonte:
http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2010/07/cientistas-descobrem-novas-especies-de-polvos-na-antartida.html

terça-feira, 20 de julho de 2010

O DEMÔNIO DA TASMÂNIA EXISTE!

Ele vem rodopiando como um tornado, comendo tudo o que vê pela frente, seja animado ou inanimado. Popularmente conhecido como Taz, o famoso personagem mal-humorado do desenho animado, teve a sua criação inspirada nos temíveis demônios, ou diabos-da-tasmânia. Os verdadeiros demônios não rodopiam, mas de fato seu apetite é voraz, e seu temperamento difícil. Peixes, pássaros, rãs, répteis, mamíferos e até insetos: nada escapa à fome devoradora destes animais. O Sarcophilus harrisii, nome científico do demônio-da-tasmânia, é um marsupial, ou seja, um mamífero que gera as suas crias em bolsas externas ao corpo, como os cangurus. Como o próprio nome sugere, os demônios só existem na ilha da Tasmânia, um estado da Austrália. Mas hoje, sabe-se que a espécie provavelmente vivia em todo o continente australiano, por causa dos fósseis encontrados na região. A extinção dos demônios no continente deve ter ocorrido cerca de 600 anos antes da colonização, ou seja, da chegada dos europeus. As causas do desaparecimento ainda são desconhecidas, mas acredita-se que possa estar relacionada com a introdução do dingo, uma espécie de cão selvagem, muito mais ágil na disputa por alimentos. Mas você deve estar se perguntando por que estes animais são chamados de “demônios”, não é mesmo? Conta a história que quando os colonizadores europeus chegaram à Tasmânia, começaram a ouvir latidos e grunhidos aterrorizantes que vinham das florestas, onde os demônios costumam se abrigar. E ao encontrarem estes animais no meio da noite, viram que tinham o pelo preto (exceto por uma mancha branca no peito), uma boca enorme e dentes grandes e afiados. Um verdadeiro demônio...
Os demônios-da-tasmânia têm uma aparência ameaçadora, principalmente quando estão em situações de estresse. Nestas circunstâncias, eles exalam um mau cheiro parecido com o de gambás. Possuem uma cabeça relativamente grande, orelhas arredondadas e um focinho pontiagudo. São caçadores noturnos e possuem audição e olfato aguçados. Durante o dia, escondem-se em cavernas, velhas tocas, arbustos ou troncos. Parecem vagarosos e desajeitados. Os mais jovens são mais ágeis, sendo capazes de escalar, nadar e correr. O tamanho dos demônios pode variar bastante, mas os maiores atingem 80 cm de comprimento e 12 kg de peso, sendo as fêmeas geralmente maiores que os machos. Antes de partirem para uma briga, os demônios fazem uma variedade de ruídos ferozes, grunhidos e tosses severas. Um espirro afiado é usado como um desafio para outros demônios. Mas calma! Os demônios não costumam atacar pessoas, a menos que se sintam ameaçados. Em cativeiro, são normalmente dóceis. Os demônios podem ser úteis ao manter a higiene nas áreas rurais, já que são basicamente comedores de carniça. Devido aos dentes e mandíbulas poderosos, podem comer quase toda uma carcaça, inclusive os ossos. Mas também se alimentam de presas vivas, como pequenos mamíferos e pássaros. Por isso, causam prejuízos ao homem, atacando galinhas e rebanhos de ovelhas, o que fez com que, por muito tempo, eles fossem caçados e envenenados. Hoje, muitos fazendeiros apreciam os demônios, por impedirem a proliferação de ratos. Depois de terem corrido risco de extinção, atualmente os demônios são protegidos por lei. Eles têm uma importância muito grande para o turismo e são um ícone da vida selvagem na Tasmânia. Nos últimos anos, entretanto, uma doença chamada Tumor Facial dos Demônios tem matado a população adulta. Identificada em 1999, causa tumores em torno da boca, sendo normalmente fatal por impedir a alimentação do animal. Cerca de 65% da população foi afetada e estima-se que 20 a 50% deles possam ter morrido. O modo de contágio ou propagação da doença permanece desconhecido.


Fonte: http://www.invivo.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=2&infoid=722&tpl=printerview

quarta-feira, 14 de julho de 2010

A CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS

Biodiversidade é a variedade de espécies de todos os seres vivos de determinado lugar ou do planeta como um todo. Já foram descritos e nomeados cerca de dois milhões de espécies de seres vivos em toda a Terra, mas ainda não se conhece o seu número total, o que poderia variar de 10 a 100 milhões.
Dada a grande diversidade de seres vivos, os cientistas tentam os organizar para facilitar o seu estudo e para estabelecer a Filogênese (filo=raça, gênese= origem) ou Filogenia, isto é, a possível sequência em que os diferentes organismos surgiram ou a história evolutiva de cada grupo. Desse modo, é possível estabelecer o grau de parentesco entre os diversos grupos de seres vivos.
São várias as análises ou técnicas empregadas pelos cientistas para estabelecer semelhanças e diferenças entre grupos de organismos, entre outros: desenvolvimento embrionário, estrutura celular e bioquímica, anatomia e fisiologia dos seres vivos atuais ou extintos (fósseis), etc. Em princípio, quanto maior a semelhança entre dois grupos, maior seu grau de parentesco (origens evolutivas próximas ou menor tempo de divergência do ancestral comum).
A parte da biologia que identifica, nomeia e classifica os seres vivos é a Taxonomia (taxis: ordem, nomo: lei) e a que estuda as relaciones evolutivas entre eles é a Sistemática. O fundador da Taxonomia foi o medico sueco Carl Von Linné (1707 – 1778), Lineu em português.

1. Grupos Taxonômicos
A espécie é a unidade básica de classificação dos seres vivos, formada por um grupo de indivíduos muito semelhantes e capazes de se cruzarem e originarem filhos férteis (Ex. leões, gatos domésticos, seres humanos, etc.).
Espécies muito parecidas são reunidas para formar um segundo grupo taxonômico, o gênero (grau de semelhança entre os indivíduos menor que na espécie). Gêneros afins são reunidos em famílias e estas em ordens, que são agrupados em classes. Classes semelhantes constituem os filos ou divisões e estes os reinos. Dada a complexidade de alguns grupos, foi necessário estabelecer grupos intermediários: sub e supergêneros, sub e superfamílias, sub e superordens, etc.
À medida que se afasta da espécie em direção ao reino, o grau de semelhança é menor e, portanto, menor o grau de parentesco entre os organismos de cada grupo.




2. Regras Internacionais de Nomenclatura

Para que a classificação fosse uniforme, foi convencionada uma série de regras que devem ser seguidas por todos os cientistas. Entre outras:
- Uso obrigado do latim;
- Termos que indicam gênero até reino devem ter inicial maiúscula. O gênero deve aparecer sublinhado ou escrito em itálico;
- Nome binominal (ou binomial) das espécies, sublinhado ou escrito em itálico: Homo sapiens (ser humano), Felis domesticus (gato doméstico). A primeira palavra indica o gênero e a segunda o termo específico, escrito com inicial minúscula;
- A nomenclatura de uma subespécie (populações da mesma espécie geograficamente isoladas, que podem, no futuro, formar novas espécies) é trinominal ou trinomial. Ex. Crotalus terrificus terrificus (cascavel brasileira), Crotalus terrificus durissus (cascavel da Venezuela, Colômbia e América Central);
- A designação do subgênero deve aparecer entre o gênero e o termo específico, entre parênteses, com inicial maiúscula: Aedes (Stegomya) aegypti (mosquito transmissor dos agentes causadores da febre amarela e da dengue);
- Se o autor da descrição de uma espécie é mencionado, seu nome deve aparecer em seguida ao termo específico sem pontuação. A data em que ele descreveu a espécie vem após o seu nome, precedida de uma vírgula ou entre parênteses (Ex. Trypanosoma cruzi Chagas, 1909);
- O nome das famílias dos animais recebe o sufixo idae (Ex. Felidae), e o da subfamília o sufixo inae (Ex. Felinae). Nas plantas, utiliza-se, em geral, a terminação aceae para as famílias (Ex. Rosaceae) e ales para as ordens (Ex. Coniferales).

3. O Sistema de Cinco Reinos
Em 1969 o cientista Robert Whittaker, com base na organização celular e no tipo de nutrição, agrupou os seres vivos em cinco reinos:

Monera
Organismos unicelulares procariontes, heterotróficas (algumas autotróficas), bactérias em general.




Protista
Organismos unicelulares eucariontes, heterotróficos (protozoários, Ex. Ciliados), algas unicelulares (autotróficas, Ex. Diatomáceas).




Plantae ou Mataphyta (plantas)
Pluricelulares, eucariontes, autotróficos (plantas terrestres e algas vermelhas e pardas).
Para mais informações, verifique o link a seguir:

http://www.4shared.com/file/44935699/da1d0ce9/Reino_Vegetal.html


Animalia ou Metazoa (animais)
Pluricelulares, eucariontes, heterotróficos (animais em geral).
Para mais informações, verifique o link a seguir:

http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos2/bioanimal.php


Fungi
Uni ou pluricelulares, eucariontes, heterotróficos (fungos em geral).




4. Classificação e Evolução
O objetivo da classificação é formar grupos de organismos que descendam, por evolução, de um mesmo ancestral. Cães e lobos pertencem ao gênero Canis, ou seja, eles evoluíram de antepassados dos lobos atuais. O ser humano e os macacos pertencem à ordem dos primatas, portanto, vieram de um antepassado dos primatas que no existe mais.
As relações filogenéticas entre grupos de seres vivos são, comumente, apresentadas na forma de árvores filogenéticas ou cladogramas (clados=ramo) (FIG. 1). Na árvore, as bifurcações (“nós”) indicam espécies ancestrais que originaram, por evolução, outras espécies. As espécies atuais ficam na ponta dos ramos. Assim, o ser humano e os chimpanzés, por exemplo, teriam surgido de um ancestral comum exclusivo há cerca de cinco milhões de anos.

Figura 1. Cladograma


Atividades
1. Qual o objetivo da Taxonomia e o que ela procura refletir?
2. Ordene os principais grupos taxonômicos do mais particular ao mais geral.
3. Defina espécie
4. Defina subespécie
5. Como se escreve o nome de uma espécie? E o de uma subespécie?
6. Pesquise e classifique cada organismo no sistema de cinco reinos: vibrião colérico (agente causador da cólera), Penicillium chrysogenum (espécie produtora da penicilina), Entamoeba histolytica (agente causador da amebíase), seringueira.

Referências
CURTIS, H.; SUE BARNES, N. Biología. 6ª ed., Buenos Aires: Ed Médica Panamericana, 2000. 1496p.
LINHARES, S.; GEWANDSZNAJDER, F. Biologia. Volume Único. 1ª ed. São Paulo: Ática, 2009. 552p.