quarta-feira, 14 de julho de 2010

A CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS

Biodiversidade é a variedade de espécies de todos os seres vivos de determinado lugar ou do planeta como um todo. Já foram descritos e nomeados cerca de dois milhões de espécies de seres vivos em toda a Terra, mas ainda não se conhece o seu número total, o que poderia variar de 10 a 100 milhões.
Dada a grande diversidade de seres vivos, os cientistas tentam os organizar para facilitar o seu estudo e para estabelecer a Filogênese (filo=raça, gênese= origem) ou Filogenia, isto é, a possível sequência em que os diferentes organismos surgiram ou a história evolutiva de cada grupo. Desse modo, é possível estabelecer o grau de parentesco entre os diversos grupos de seres vivos.
São várias as análises ou técnicas empregadas pelos cientistas para estabelecer semelhanças e diferenças entre grupos de organismos, entre outros: desenvolvimento embrionário, estrutura celular e bioquímica, anatomia e fisiologia dos seres vivos atuais ou extintos (fósseis), etc. Em princípio, quanto maior a semelhança entre dois grupos, maior seu grau de parentesco (origens evolutivas próximas ou menor tempo de divergência do ancestral comum).
A parte da biologia que identifica, nomeia e classifica os seres vivos é a Taxonomia (taxis: ordem, nomo: lei) e a que estuda as relaciones evolutivas entre eles é a Sistemática. O fundador da Taxonomia foi o medico sueco Carl Von Linné (1707 – 1778), Lineu em português.

1. Grupos Taxonômicos
A espécie é a unidade básica de classificação dos seres vivos, formada por um grupo de indivíduos muito semelhantes e capazes de se cruzarem e originarem filhos férteis (Ex. leões, gatos domésticos, seres humanos, etc.).
Espécies muito parecidas são reunidas para formar um segundo grupo taxonômico, o gênero (grau de semelhança entre os indivíduos menor que na espécie). Gêneros afins são reunidos em famílias e estas em ordens, que são agrupados em classes. Classes semelhantes constituem os filos ou divisões e estes os reinos. Dada a complexidade de alguns grupos, foi necessário estabelecer grupos intermediários: sub e supergêneros, sub e superfamílias, sub e superordens, etc.
À medida que se afasta da espécie em direção ao reino, o grau de semelhança é menor e, portanto, menor o grau de parentesco entre os organismos de cada grupo.




2. Regras Internacionais de Nomenclatura

Para que a classificação fosse uniforme, foi convencionada uma série de regras que devem ser seguidas por todos os cientistas. Entre outras:
- Uso obrigado do latim;
- Termos que indicam gênero até reino devem ter inicial maiúscula. O gênero deve aparecer sublinhado ou escrito em itálico;
- Nome binominal (ou binomial) das espécies, sublinhado ou escrito em itálico: Homo sapiens (ser humano), Felis domesticus (gato doméstico). A primeira palavra indica o gênero e a segunda o termo específico, escrito com inicial minúscula;
- A nomenclatura de uma subespécie (populações da mesma espécie geograficamente isoladas, que podem, no futuro, formar novas espécies) é trinominal ou trinomial. Ex. Crotalus terrificus terrificus (cascavel brasileira), Crotalus terrificus durissus (cascavel da Venezuela, Colômbia e América Central);
- A designação do subgênero deve aparecer entre o gênero e o termo específico, entre parênteses, com inicial maiúscula: Aedes (Stegomya) aegypti (mosquito transmissor dos agentes causadores da febre amarela e da dengue);
- Se o autor da descrição de uma espécie é mencionado, seu nome deve aparecer em seguida ao termo específico sem pontuação. A data em que ele descreveu a espécie vem após o seu nome, precedida de uma vírgula ou entre parênteses (Ex. Trypanosoma cruzi Chagas, 1909);
- O nome das famílias dos animais recebe o sufixo idae (Ex. Felidae), e o da subfamília o sufixo inae (Ex. Felinae). Nas plantas, utiliza-se, em geral, a terminação aceae para as famílias (Ex. Rosaceae) e ales para as ordens (Ex. Coniferales).

3. O Sistema de Cinco Reinos
Em 1969 o cientista Robert Whittaker, com base na organização celular e no tipo de nutrição, agrupou os seres vivos em cinco reinos:

Monera
Organismos unicelulares procariontes, heterotróficas (algumas autotróficas), bactérias em general.




Protista
Organismos unicelulares eucariontes, heterotróficos (protozoários, Ex. Ciliados), algas unicelulares (autotróficas, Ex. Diatomáceas).




Plantae ou Mataphyta (plantas)
Pluricelulares, eucariontes, autotróficos (plantas terrestres e algas vermelhas e pardas).
Para mais informações, verifique o link a seguir:

http://www.4shared.com/file/44935699/da1d0ce9/Reino_Vegetal.html


Animalia ou Metazoa (animais)
Pluricelulares, eucariontes, heterotróficos (animais em geral).
Para mais informações, verifique o link a seguir:

http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos2/bioanimal.php


Fungi
Uni ou pluricelulares, eucariontes, heterotróficos (fungos em geral).




4. Classificação e Evolução
O objetivo da classificação é formar grupos de organismos que descendam, por evolução, de um mesmo ancestral. Cães e lobos pertencem ao gênero Canis, ou seja, eles evoluíram de antepassados dos lobos atuais. O ser humano e os macacos pertencem à ordem dos primatas, portanto, vieram de um antepassado dos primatas que no existe mais.
As relações filogenéticas entre grupos de seres vivos são, comumente, apresentadas na forma de árvores filogenéticas ou cladogramas (clados=ramo) (FIG. 1). Na árvore, as bifurcações (“nós”) indicam espécies ancestrais que originaram, por evolução, outras espécies. As espécies atuais ficam na ponta dos ramos. Assim, o ser humano e os chimpanzés, por exemplo, teriam surgido de um ancestral comum exclusivo há cerca de cinco milhões de anos.

Figura 1. Cladograma


Atividades
1. Qual o objetivo da Taxonomia e o que ela procura refletir?
2. Ordene os principais grupos taxonômicos do mais particular ao mais geral.
3. Defina espécie
4. Defina subespécie
5. Como se escreve o nome de uma espécie? E o de uma subespécie?
6. Pesquise e classifique cada organismo no sistema de cinco reinos: vibrião colérico (agente causador da cólera), Penicillium chrysogenum (espécie produtora da penicilina), Entamoeba histolytica (agente causador da amebíase), seringueira.

Referências
CURTIS, H.; SUE BARNES, N. Biología. 6ª ed., Buenos Aires: Ed Médica Panamericana, 2000. 1496p.
LINHARES, S.; GEWANDSZNAJDER, F. Biologia. Volume Único. 1ª ed. São Paulo: Ática, 2009. 552p.

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